segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Equipamento básico de estúdio


Embora eu procure dar dicas acessíveis para todos aqui no DDF muita gente me pergunta sobre Montagem de Estúdio. Embora não seja algo super acessível é possível montar um estúdio até mesmo na sua casa e com poucas luzes você já conseguirá fazer fotos lindas. Então aqui estão algumas dicas iniciais para montar o seu estúdio:


O local

Antes de tudo pense se você irá montar o estúdio de forma estática ou se ele será “móvel.” Caso você queira montar um estúdio na sua sala será necessário fazer isso de forma que fique fácil rearranjar os móveis e montar o espaço. Se for complicado demais você vai usá-lo pouco! Melhor ainda é se você puder usar um cômodo somente para isso.

O tamanho do local depende do que você vai fotografar. Para Still (produtos) uma sala pequena e uma mesa de fotografia Still serão o suficiente. Se você quer fotografar pessoas é preciso de bastante espaço para circular e para que caiba o corpo inteiro no quadro só aparecendo o fundo. Caso queira fotografar grupos ou objetos maiores você precisará de um espaço bastante amplo e alto. Basicamente é preciso ter bastante espaço entre o assunto fotografado e o fundo, e ainda assim um fundo que cubra todo o quadro. Não vou passar medidas exatas: o ideal para saber o que você precisa é visitar ou alugar estúdios e perceber como funciona!

Caso o local seja pequeno é importante que as paredes não sejam brancas. Caso elas sejam você não conseguirá controlar muito bem as luzes, pois elas irão refletir nas paredes. Escolha uma cor escura, de preferência neutra (cinza/preto) junto com outras paredes claras, ou uma cor neutra (no caso de retratos paredes pintadas de marrom/madeira não irão atrapalhar no balanceamento de cores refletidas.)

O fundo

O fundo infinito é a característica principal do estúdio. Ele pode ser feito de papel, tnt, tecido, borracha ou mesmo direto na construção da parede. Veja o que é mais em conta para você. O importante é que o fundo branco deve ser bem liso (nesse caso não é muito recomendado o uso de tecido pois ele faz dobras – use tecido somente para fundos escuros.) Em lojas de fotografia você encontra várias opções de fundo. Pesquise e você encontrará algo adequado para o seu estúdio.

Iluminação

A iluminação mais básica para um estúdio consiste em iluminar o fundo e o assunto. Digamos que, para um setup básico, você vai precisar de uma luz principal (1), uma luz de preenchimento (2) e uma luz de fundo (3.)
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Com esse setup já é possível realizar quase todo tipo de foto (principalmente retratos.) Adicionando mais luzes você poderá começar a criar efeitos mas, a princípio, já dá para se virar muito bem com essa organização. =)


Esse é o básico do básico. Lembre-se que tudo depende de que tipo de foto você vai fazer e de acordo com isso conseguirá saber quais acessórios precisa – para still uma mesa especial é essencial, para retratos precisamos de bancos e som ambiente e para fotografar crianças é preciso um ambiente preparado com brinquedos. Tudo depende do seu nicho!
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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A macro fotografia - lente invertida


Com a macrofotografia, é possível capturar os mínimos detalhes de uma cena. Mesmo em escalas tão pequenas, a natureza não deixa por menos: são cores, formatos, simetrias.... belezas que nos deixam admirados.

Atualmente, a maioria das câmeras digitais disponíveis no mercado possuem uma função macro, mas suas fotos deixam muito a desejar. Para que consigamos uma macro realmente fantástica, é necessário ter uma câmera DSLR e comprar além disso um kit de lentes próprias para este tipo de fotografia.
Mas para aqueles que não têm condições de comprar outro kit de lentes ou que não deseja gastar dinheiro com isso, existe um caminho simples, no qual você poderá usar o seu próprio kit como lentes macro, conhecido como "lente invertida". Esta técnica é exatamente o que o nome sugere: você usa sua câmera do lado contrário.
Isto pode parecer um pouco estranho, mas é uma técnica comumente utilizada, e que pode gerar lindos resultados. Para fazer isto, faça o seguinte:

1º passo: Remova a lente de sua câmera;
2º passo: Vire sua lente na posição oposta;
3º passo: Segure a lente invertida em frente à câmera, empurrando levemente para que não entre luz por nenhum espaço;
4º passo: Faça experimentos. Tente tirar fotos com diversas aberturas e distâncias focais.

OBS.: Não é possível configurar a abertura do diagragma, dependendo de sua lente, caso você esteja segurando-a. Mas você poderá, por exemplo, usar duas lentes em conjunto, como mostra a figura. A vantagem desse sistema é a possibilidade de se regular a abertura, uma vez que a lente principal está conectada na câmera. Caso você queira um sistema mais confortável de fixação da lente invertida, basta usar uma fita adesiva na lente do kit, ou adquirir um anel adaptador Rosca-Rosca.
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Fotos com a lente invertida
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foto por Cleber K.
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foto por Carlos Eduardo Godoy
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dicas para se trabalhar com modelos - parte 1

Por Márcio Eugênio

Essa é a primeira parte de uma serie de post sobre diversos cuidados que temos que ter quando trabalhamos com modelos para fazer fotos para o mercado de fotografia stock. Esses artigos são baseados na minha própria experiência e nesse artigo do Istockphoto que no inicio foi muito útil para desenvolver melhor a minha relação com os modelos e que, sem dúvida, será muito útil a todos.
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Pessoas, alguns afirmam, são a chave para o sucesso no Stock. Uma foto de uma praia bonita vai vender, quase sempre, melhor se houver nela uma mulher bonita ou um grupo de gente bonita se divertindo. Nada humaniza mais uma imagem do que um homem - faz com quem vê a imagem e sua beleza seja transportado diretamente para dentro dela. Naturalmente, encontrar modelos nem sempre é fácil, especialmente para um fotógrafo novo é necessária muita disciplina e dedicação. Felizmente, não é tão complicado como você possa pensar, com um pouco de bom senso e algumas etapas simples os modelos irão ver que você é um profissional serio e, sem duvida, voltarão, e, o que é melhor, falarão do seu trabalho para amigos e conhecidos.

1- Se aproximando dos modelos



Pessoas atraentes existem em toda a parte e, hoje em dia, elas estão organizadas, o que torna bem mais fácil rastrear aspirantes a modelos. Site como modelmayhem.com, musecube.com, e onemodelplace.com ajudam você a encontrar modelos, porem esses sites não possuem muitas pessoas do Brasil. De qualquer forma é uma ótima alternativa de entrar em contato com outros fotógrafos, modelos, estilistas e diversos profissionais da área, alguns pagos outros gratuitos. Muitos destes modelos estão dispostos a trabalhar em um “TFP / TFCD” (tempo por fotografia impressas / tempo por CD com imagens), o que significa que eles estão dispostos a negociar seu tempo e imagem em troca de fotos impressas ou um CD com as melhores imagens da sessão de fotos.

Naturalmente, as pessoas bonitas não estão apenas nos site e agencias de modelos - eles estão no supermercado, no shopping, na rua, ou seja, elas fazem coisas cotidianas. Leve sempre cartões de visita junto e se sentir confortável em abordar um estranho na rua, mas certifique-se de que você está abordando a pessoa em um local e momento oportuno. Conversar com uma pessoa em um supermercado é bom, porem um encontro romântico e um restaurante, provavelmente não seja. Apresente-se, explique o motivo do contato, entregue o seu cartão e, se a pessoa tiver alguma dúvida ou pergunta responda e siga em frente, mas não pressione, pois pode parecer inconveniente. Se a pessoa tiver interesse ela entrará em contato.


E lembre-se: se você quiser fotografar um menor, deve abordar os pais. Se não ver um dos pais próximo, não perca o seu tempo. Keep moving.
 
Continua…
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fotógrafo cria 'esculturas' de fumaça

O engenheiro elétrico turco Mehmet Ozgur adotou a fotografia como hobby e agora se dedica a registrar "esculturas" de fumaça.

Ele fotografa várias formas de fumaça e, ao sobrepor as imagens, obtém as figuras desejadas.
Radicado nos Estados Unidos, Ozgur conta que utiliza incensos e nitrogênio líquido para obter a fumaça.
Suas obras são vendidas em seu site por cerca de US$ 100 (pouco mais de R$ 170).
Apesar de ter sido criticado por estimular o fumo, Ozgur avisa que para suas fotos, utiliza apenas incensos e nitrogênio líquido.
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Fonte: BBC Brasil

Construa um difusor com um custo baixinho


Por Reinaldo Almeida

Após ler uma matéria na Revista Fotografe Melhor onde o fotógrafo social Jonas Chung e o blogger do fotógrafo Jorge Luiz Gazzano, onde novamente vi que era possível construir o meu próprio difusor de luz, resolvi então fabricar o meu.

Esse difusor é para ser utilizado com a cabeça do flash para cima, porém ele desvia grande parte da luz emitida pelo flash para a sua frente, ao passo que suavisa e torna mais uniforme devido ao material translucido em sua frente. O resultado é uma luz agradavel, bem equilibrada e o que é melhor, sem as famigeradas sombras duras e nem aquela luz chapada. O material usado por Chung era uma placa plástica de policarbonato leitoso, material que é vendido aqui em São Paulo apenas em placas de 2m x 3m a um custo de R$ 300,00 por placa, custo muito alto para utilizar este material, o cetim branco e preto e uma fita adesiva de dupla face. Com a dificuldade no acesso ao policarbonato, comecei a buscar novos materiais, notei que Gazzano utilizou uma cúpula de abajur para conseguir o mesmo resultado, seguido de contact branco e preto, fita adesiva transparente.

Observando os materiais utilizados pelos dois fotógrafos, o policarbonato e o acetato do abajur, me recordei de uma conversa que tive a um tempo atras com um proprietário de loja de materiais fotográficos que me falou: “Um difusor pode ser feito até com uma sacolinha de plastico leitoso de supermercado”, pensei, quais seriam os possíveis materiais que eu poderia utilizar pra fazer o mesmo difusor, sendo diferente dos outros dois fotógrafos.

Comecei a pesquisar novos materiais no mercado e descobri, observando os difusores vendidos no mercado, notei que todos eram feitos de plástico leitoso, então ao passar por uma dessas lojas que vendem artigos para o dia a dia, um produto em especial me chamou a atenção, uma tuppeware de cor branco leitoso, adiquiri o produto e parti para a construção.

Materiais que utilizei para construir o difusor:

1 - Tuppeware branco leitoso de 7,5 Kg de capacidade com tampa R$ 6,50,

2 - Papel contact branco e preto R$ 7,00,

3 - Fita adesiva transparente R$ 1,00.

Como Fazer?

O que apresenta maior dificuldade é recortar a tuppeware, mas vamos aos passos:

Antes de tudo é necessário medir o seu flash para cortar as placas de tuppeware. Com a fita métrica tire as medidas das laterais de seu flash, para obter a área do seu fash, que é composta por duas laterais menores e duas maiores. Interessante deixar uma tolerância nas medidas para que o difusor não entre de forma muito justa, e sim, apresente uma pequena folga. O flash utilizado nesta experiência foi o Yashica CS-220 (antigo) que mede aproximadamente 4cm x 6cm, deixei 4,5cm x 7cm para que o difusor encaixase com certa folga. Tendo as medidas em mãos cortamos duas placas maiores e duas menores com as medidas adquiridas anteriormente, corte também uma placa que se encaixe na parte superior do difusor formando assim uma pequena estrutura como uma caixa. Para o flash escolhido utilizei as medidas de 24cm de comprimento por 8cm de largura, o contact preto foi utilizado para cobrir a parte exterior não deixando vazar luz, e o branco utilizamos na parte interior do difusor. Abaixo a foto do difusor pronto encaixado no flash. O custo total deste difusor foi R$ 14,50.
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Nesta foto foi utilizado o flash apontado diretamente para a modelo, sem nenhum rebatedor a uma distância aproximada de 1,5m, o estouro é proposital.
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Nesta outra foi utilizado o difusor fabricado na mesma distância usada anteriormente, já notamos a suavidade que o difusor aplica a luz. As fotos foram feitas em sala com pouca luz fluorescente.
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Curso Gratuito de Photoshop CS3


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Para quem ainda não é "íntimo" do Photoshop, ou precisa dar uma revisada nas ferramentas, a revista INFO já disponibilizou um link com o curso básico do CS3 que pode ser acompanhando todo online (não precisa baixar). Nele você pode conhecer as ferramentas, aprender a fazer ajustes básicos e avançados, usar filtros e produzir animações. Todos os tutoriais também podem ser usados pelos usuários da versão CS4, mais recente, e muitos deles também valem para quem usa a versão CS2, mais antiga.

(não esqueça de ligar o som)

Dei uma pesquisada, e o curso de CS4 já está disponível em outros sites para download, mas acredito não se tratar de uma versão "legal", pois estes cursos da INFO são vendidos em CD'S que podem ser adquiridos em bancas de revistas e este último curso ainda não consta no site oficial.

Postado por: Priscila Stein - Vai ficar na Fotografia

domingo, 22 de novembro de 2009

Como usar o rebatedor

O rebatedor é um acessório barato e prático. Com ele conseguimos aproveitar uma fonte de luz (pode ser qualquer uma, tanto natural quanto artificial) e basicamente transformá-la em duas.
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Abaixo um exemplo de uso de rebatedor: as fotos foram feitas no final da tarde, com o sol baixo iluminando as costas do meu noivo. Na segunda a foto usei um rebatedor para jogar luz também no rosto dele e a foto ficou muito mais agradável.


O certo seria eu ter colocado o rebatedor mais lateralmente, mas como foi algo do tipo “amor, vem cá que quero fazer uma foto para colocar no blog!” não montei tripé nem nada: eu mesma apoiei o rebatedor no meu corpo – com o rebatedor vindo quase que exatamente da frente ele deu aquela apertadinha de olhos clássica de quando estamos debaixo de sol escaldante, mas mesmo assim a foto ficou melhor ;)
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A característica mais fácil de notar nas fotos acima é o equilíbrio entre fundo e assunto. Como na primeira foto o fundo está muito mais claro preciso deixá-lo “estourado” para conseguir expor corretamente o retratado. Já na segunda foto, usando o rebatedor, consigo equilibrar a exposição de fundo e assunto: como estou refletindo a luz que ilumina o fundo fica muito mais fácil expor corretamente!


Outros detalhes são consequência do uso de uma luz mais frontal (não exatamente atrás do assunto): vemos melhora nas cores, nitidez e suavização de sombras e reflexos.

Mas tudo isso poderia ter sido feito com um flash/strobe, certo? Claro! Porém uma das características mais interessantes do rebatedor é ser econômico (é barato para comprar e não custa nada usar) e fácil (é só posicioná-lo no local desejado e ele funciona instantaneamente.) Se temos uma super fonte de luz como o sol e podemos utilizá-la, por que não fazer isso? :)
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Canon White Papers



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Você já conhecia as páginas brancas (White Papers) da Canon?

Então não deixe de dar uma olhada e baixar rapidamente aquele referente ao modelo de sua câmera.
White Papers não são exatamente os manuais das câmeras, na verdade são como se fossem livros de bolso contendo as principais funções, itens importantes, explicações concisas rápidas e práticas e claro com a devida qualidade de exibição dos produtos Canon.
Fica a dica, se eu fosse você não perderia este download!
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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Acervo de fotos da Life no Google Image



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Todo o arquivo fotográfico da revista norte-americana Life na internet. A coleção tem fotos que registram acontecimentos dos séculos 19 e 20, sendo que grande parte das chapas nunca foram publicadas. Por enquanto, apenas 20% do acervo - que possui cerca de 10 milhões de fotos - já pode ser visto na internet. O restante será digitalizado nos próximos meses. O Grupo Time, proprietário da Life, também deve ter um site da marca (aqui) para disponibilizar o acervo. Só dando uma passada rápida já deu pra ver que tem muita coisa. Peguei uma das várias fotografias da luta entre Mohammed Ali e Joe Frazier no Madison Square Garden, em 1971. O fotógrafo é John Shearer. Todas as imagens estão datadas e com o devidos créditos. [Via]
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Por Ruy Barata Neto - Blog da Cultura

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Bokeh diferente

Do Japonês boke ぼけ, pelos informes e pra quem não conhece é a reprodução de pontos de luz desfocados em diversos formatos como esse da foto abaixo



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Você pode ser mais engraçadinho e fazer assim:

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ou ainda
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Mas como fazê-lo?


Geralmente o Bokeh é evidenciado nos círculos de confusão (ver tópico que criei sobre Profundidade de Campo) pelo formato circular do diafragma. Isso pode ser modificado colocando qualquer forma (estrelinha, luazinha, etc.) em frente a uma lente de grande abertura (f/1,8; f/1,2, etc.). Preferencialmente uma cinquentinha que "todo mundo" tem.
Provoca-se o formato dos pontos desfocados da seguinte maneira:

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Isso não prejudicará a visão da cena. Pode confiar.
Tentem focar algo em primeiro plano com um motivo (ou motivos, de preferência) luminoso por trás desse plano, bastante desfocado (ou desfocados) usando a grande abertura de sua lente, ou seja, Profundidade de Campo mínima.
E é só brincar.
E quando estiver fera e bastante criativo:
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sábado, 14 de novembro de 2009

Edição Limitada

Essa é para os amantes e colecionadores de câmeras fotográficas. A Pentax lança em edição limitada o modelo todo colorido Pentax K-x SLR. As cores têm uma explicação simples: elas foram inspiradas nas mesmas cores do robô de brinquedo Kore Ja Nai. O mimo está sendo vendido por míseros US$ 880.
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Para saber mais sobre a Pentax K-x SLR é simples, clique aqui no site da Pentax ou aqui no link da loja virtual.
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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O obturador e os efeitos de exposição

O obturador é um dispositivo mecânico que controla a quantidade de luz penetrante na câmera através de uma "cortina". Ao acionarmos o disparador, o obturador permite que a luz passe e seja captada pelo sensor digital ou pelo filme, por um tempo ajustável. Quanto maior o tempo, mais luz alcançará o elemento sensível.

Este controle de tempo é chamado de "Tempo de exposição" ou "Velocidade do obturador". Habitualmente, os tempos de exposição variam desde segundos a milésimos de segundos, representados por frações. Os tempos mais usuais são:

...4, 2, 1, 1/2, 1/4, 1/8, 1/15, 1/30, 1/60, 1/125, 1/250, 1/500, 1/1000, 1/2000...

Em câmeras automáticas, a velocidade é controlada automaticamente pela máquina, que mede a intensidade da luz no local e ajusta velocidades suficientes para evitar fotos borradas ou tremidas (ajustando tampém outras variáveis). Já em câmeras manuais, temos total controle sobre a velocidade do obturador, permitindo-nos criar novos efeitos nas fotografias que serão vistos daqui a pouco.

Na maioria das câmeras digitais atuais, existe um recurso que nos possibilita analisar se a exposição de uma foto foi feita de forma eficaz. Este recurso é chamado de histograma, e mais informações a respeito podem ser encontradas em sua página.

Os efeitos da exposição

Em fotografias noturnas, é possível ver claramente a diferença entre os tempos de exposição escolhidos. Para este tipo de fotografia, longas exposições permitem fotos com muito mais qualidade.

Preste atenção às seguintes fotos: para a primeira, foi usado uma exposição de 1,6 segundos, enquanto na segunda foi usado 10 segundos, muito mais clara e detalhada.
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Tendo controle sobre o tempo de exposição e usando a criatividade, é possível se fazer fotos com os mais variados efeitos. No exemplo a seguir, note a diferença entre as duas velocidades escolhidas. Para a primeira, foi usado uma exposição de 1/4000 segundos, tão rápida que foi capaz de congelar as asas do beijá-flor. Para a segunda, utilizou-se uma velocidade um pouco mais lenta, de 1/250:
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Para fotos de água corrente, fotos urbanas e outras situações, os efeitos podem ser maravilhosos! Confira o que é possível fazer com longas exposições:

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

O RAW e o Raw

Há um RAW NATURAL?

Há uma série de questões envolvidas no uso do RAW, várias delas derivadas de uma transposição de raciocínios feitos  a partir da imagem final, isto é, do fim para o começo. Explico melhor, raciocínios baseados naquilo que o usuário vê quando abre uma imagem no conversor de RAW de sua preferência. Abre e a vê algo como sendo o RAW, quando é uma imagem, e não o RAW. Contudo, pelo fato de todo o processamento criador desta imagem ser opaco –isto é, não ser visível pelo usuário- esta imagem é tomada pela maioria como sendo a própria verdade do RAW.  Não fica evidente para a maioria ser uma imagem em que já aconteceram enormes transformações, e essas seguiram um fluxo um pouco diferente daquela neutralidade imaginada.
Porque o RAW verdadeiro, quando visualizado (há alguns programas que permitem visualizá-lo antes de demosaicado) é “verdão”. Ele se apresenta como um mosaico de pixels coloridos (conforme a Matriz de Bayer), com as cores separadas, verde, azul e vermelho. E qualquer um ao ver um RAW assim mostrado percebe ele ser intensamente verde, resultado da maior quantidade de pixels verdes existentes na matriz e de sua melhor captura de luminância em relação aos outros.
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Mosaico de Bayer em detalhe, Gamma igual a 1
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Esta matriz é e não é uma imagem ainda, ou seja, é uma imagem, já vemos nela o objeto fotografado, mas não é ainda uma imagem RGB. Porque a imagem RGB caracteriza-se por ter, na mesma posição ou pixel,  informações de luminância das três cores básicas aditivas.
RAW: cada pixel tem informação de luminância apenas da cor da microlente que havia sobre aquele pixel físico.
Arquivo RGB: cada pixel possui informação de luminância das três cores, suas delas obtidas por empréstimo dos pixels vizinhos de outras cores.
A primeira coisa feita pelos conversores de RAW é realizar o demosaico. Esta é a tarefa número 1 do seu workflow interno. É preciso entender bem isso: ele não aplica WB na conversão equilibrando os canais, não aplica um gama (basicamente uma curva de amplificação de luminosidade diferenciada), nada disso. Ele só converte, isto é, faz, através de processos diversos dos quais os ditos mais eficientes atualmente são o AHD incorporado no DCRAW do Dave Coffin ou suas derivações, a interpolação de cores de cada pixel com os pixels vizinhos, que emprestam as cores que faltam para o RGB.
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Imagem com Gamma igual a 1, aspecto do "Tiff" interno após a Conversão Linear sem WB.
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Nesta etapa, é feita, por todos os conversores uma coisa chamada de Conversão Linear. Isso significa exatamente a ausência de aplicação de parâmetros de luminosidade e de contraste. O resultado disso, se o pudermos ver, será um arquivo do tipo bitmap,  um mapa de posições, cada uma contendo três valores de luminância. Para simplificar, uma espécie de Tiff não comprimido, que é um tipo de bitmap. Sua aparência será, no geral, muito parecida com a do RAW falado acima exceto que já não vemos as cores separadas. Ele terá cores erradas, será predominantemente verde, será muito escuro e sem contraste algum. Será difícil perceber nele o vermelho e o azul.
Basicamente, será um arquivo Tiff, ao qual não temos acesso, em um espaço de cor de enorme amplitude, conforme a literatura informa, no caso do Lightroom semelhante ao ProPhoto RGB, em outros casos o CIE XYZ.

Todos os outros parâmetros que poderemos escolher nos conversores, exposure, contraste, curvas, saturação, White balance, são transformações feitas nesse arquivo intermediário, e não no demosaico. Vou repetir isso, porque é aqui o ponto onde está a maior mitologia sobre o RAW: pensar que o conversor aplica as transformações sobre o RAW diretamente. Não é assim. O demosaico já aconteceu, e com pequenas diferenças de cada algoritmo aplicado que sequer são as diferenças significativas para os usuários no final -embora sejam significativas as derivações a partir desses demosaicos e para o tipo de transformações aplicadas a eles.
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Conversão default do ACR
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Pois bem, nessa etapa temos um Tiff-like predominantemente verde, com canais vermelho e azul com luminância insuficiente em relação ao verde, e todo o arquivo com luminosidade insuficiente, gamma igual a 1. Esse arquivo tem 16 bits de profundidade de cor.
Então os conversores iniciam uma segunda etapa: dar a isso a aparência de uma imagem natural, isso significando aplicarem a essa imagem uma curva de luminosidade (gamma), uma curva de contraste, um balanço de brancos, sharp, etc. Todas essas mudanças são feitas através de amplificação por software dos valores de luminância de cada pixel. Então, embora o RAW permaneça íntegro nos nossos HDs, essas transformações, como quaisquer transformações, são degradadoras da imagem no sentido de criarem fenômenos de tratamento, tanto quanto se a mesma imagem fosse tratada externamente em um programa de edição de imagem capaz de lidar com imagens de 16bits.
A rigor, todos os comandos de todos os conversores são meramente comandos de edição de imagem Tiff. Já não estamos lidando com o RAW, e nunca estivemos lidando com ele de fato (ou melhor, lidamos com ele somente ao escolhermos o algoritmo de conversão).
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Conversão com modificações - ACR
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Lidamos, isso sim, com um primeiro arquivo RGB, um Tiff interno de características especiais. E nesse arquivo são aplicadas pelo conversor enormes mudanças para torná-lo visualmente realista, e isso não é grátis, pois não são essencialmente diferentes das mesmas mudanças aplicadas em um editor de imagens externo como o PS, ou seja: multiplicação ou desmultiplicação de valores de luminância por software.
Quando se fala do RAW “como ele é”, na verdade estamos falando de um preview que emerge do ACR, do Lightroom ou de outros conversores, isto é, do RAW tranformado em um Tiff interno sobre o qual é aplicado um gamma, um balanço de brancos (multiplicação dos canais R e B por valor próximo a 2), etc, mesmo quando é conversão neutra. Conforme o set da câmera ou do default do conversor, isto seria o RAW “sem tratamento”. Na verdade sem tratamento quer dizer “sem tratamento algum além daqueles promovidos pela programação default do conversor de RAW”. Não por acaso ao abrirmos o mesmo RAW em diversos conversores temos aparências distintas da imagem, visto cada um ter uma conversão default diferente, ou mesmo já desde sempre terem uma conversão adaptativa à imagem (assim são o RawTherapee quanto à recuperação das altas luzes e o PerfectRAW em relação ao balanço de brancos).
Quando tomamos tal coisa como um negativo com ampliação neutra, sem termos bem marcado o fato dele ser somente o resultado de uma setagem de transformação daquele Tiff primordial, podemos ser levados a um pensamento sobre o RAW menos plástico, porque o acreditaremos algo possuidor de uma verdade perceptiva. Temos aqui um fenômeno de convergência entre duas atitudes, a dos fabricantes de câmeras e a dos produtores de software de conversão comerciais, ambos induzindo o usuário pensar que seus produtos oferecem uma imagem natural, “bem equilibrada nas cores”, etc. Isso chega a ser louvado por alguns proprietários de câmeras, defensores de suas marcas, embora seja meramente o resultado de setagens de conversão. E, por outro lado pode induzir à atitude de já se obter na conversão neutra o resultado o mais próximo possível ao resultado final, o qual denota de fato perícia fotográfica, mas não tem relação necessária com o RAW.
Ter o resultado final bem aproximado já na conversão default nem sempre é o ideal. De fato, há estratégias muito boas em sentido exatamente oposto, isto é, o RAW com conversão default ser horrível e antinatural, mas permitir uma elaboração muito grande ainda no conversor ou no tratamento.
Conforme cada transformação seja aplicada pelo workflow interno do conversor, pode mesmo ser mais proveitoso aplicá-las externamente, pois o workflow interno do conversor é imutável, enquanto externamente se pode escolher o fluxo de transformações da imagem.


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Conversão no SharpRAW após tratamento.
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É preciso ter em mente ser a imagem digital essencialmente uma imagem aberta, muito diferente de uma imagem de filme negativo colorido que é razoavelmente padronizada na conversão C41 ou de uma imagem de cromo que é como a revelação E6 a faz. A imagem digital em sua essência é uma imagem cuja aparência final depende de transformações nela aplicadas, e tais transformações não são fundamentalistas, isto é, não ocorrem lá na conversão do RAW em um arquivo RGB de forma neutra e necessária, mas posteriormente ao demosaico, e são da mesma natureza das transformações promovidas pelos editores de imagem como o Photoshop, e outros que trabalham com espaço de cor de 16bits. Apenas são aplicadas sobre um arquivo com gamma igual a 1 e sem multiplicação ainda dos canais vermelho e azul que criam o White Balance.
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