terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Como obter fidelidade de cores nas fotografias impressas


Resolvi tirar da gaveta (e do cofre) um instrumento que vai, certamente, mudar a vida daqueles que sentem-se insatisfeitos quando olham as suas imagens e não conseguem as mesmas cores do arquivo original enviado aos laboratórios profissionais. Aquele céu lindo que ficou apagado quando comparado ao que se via no monitor … aquela mulher bronzeada que ficou com pele esverdeada parecendo recém-chegada de Marte … coisas de fazer qualquer fotógrafo querer cortar os pulsos!

Reclamar? Mas com que base técnica que devolva a tristeza a quem cometeu aquela aberração cromática e o obrigue a repetir a impressão? Fica aquele jogo de empurra-empurra que não resolve a situação e quem acaba tendo que engolir aquele sapo (que era verde mas virou magenta … hehe) é, quase sempre, o cliente, ou seja, VOCÊ!!

É algo muito simples e vou usar esse espaço que ganhei do meu amigo Diogo Guerreiro sempre nesse sentido de ajudar a todos os fotodgnianos com ferramentas fiáveis e fáceis de usar que possam garantir resultados precisos, principalmente, quando o Cliente quer (e precisa) de fidelidade nas cores, por exemplo, de seus posters de loja no formato 1,80 x 0,80 m onde não há como arcar com os custos de repetição de trabalhos que não correspondem às suas peças ou quando o vestido branco daquela noiva exigente (como todas elas) ficou como se tivesse sido tingido de magenta.

Conseguiram (?) perceber como é importante ter algo para colocar diante do nariz do impressor e exigir que o erro seja reparado de forma profissional como se espera de alguém que vende profissionalismo (?).

Ganhei essa ferramenta de uma das pessoas mais capazes que é responsável pelo Departamento de Impressões Profissionais da PrintColor Digital Service que me atendia antes de vir para Portugal dar aulas de Fotografia de Moda (+tratamento digital) convidado pelo IPF onde fui formador até o ano passado e de onde pedi demissão por razões pessoais. Reparei que havia alguns trabalhos que passava para a turma que foram pré-aprovados por este professor megachato quando o assunto é qualidade cromática dos brancos e pretos que foram o assunto de minha coluna anterior aqui no fotografia-dg (Color Balance + Black Balance) … continuando … peles com dominante magenta … pretos que ficaram azulados … céus esverdeados … enfim, uma lástima e, lógicamente, as avaliações acabavam por ficar muito aquém do que mereciam meus estimados aluninhos que se contorciam de raiva mas nada podiam fazer.

Por isso, pedi para o incansável Diogo Guerreiro que entrasse comigo nessa Guerra contra a falta de fidelidade das cores que das nossas fotografias colocando um link para download do Impression Gamma Calibrator que eu utilizo sempre como teste quando utilizo um novo fornecedor para minhas impressões profissionais. Assim, tenho hábito (mesmo!!!) de mandar fazer cópias em todos os tipos de papel mais usuais (brilho, mate e metálico) e volto para a frente do meu monitor para comparar os resultados obtidos e, também, para poder conferir a calibração do meu monitor (algumas vezes o grande culpado). Vou colocar aqui uma versão mini para poder explicar melhor como deve ser utilizado e depois vou fazer o upload para vocês baixarem a versão em 300 dpi já no formato 15×21 cm (caso o laboratório não tenha esse formato, pode ser impresso em 20×30 cm centralizado deixando o arquivo no formato original com margem branca à volta sem qualquer interpolação).

Atenção: Faça a comparação com luz natural difusa com boa intensidade para não haver distorções!!!
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Todas as cores que estão aqui devem ser fiéis ao que se vê aqui e, principalmente, os brancos devem estar limpos, caso contrário, alguém estará em sarilhos. Eu sempre uso o mesmo laboratório e tento desenvolver, em conjunto, os ajustes necessários para que, a partir de então, possa dormir tranquilo sem ter pesadelos coloridos. Algo a ser considerado é que há sempre uma pequena diferença entre os pixels e as tintas de impressão principalmente quando transformamos de RGB para CMYK (no caso de impressão gráfica). Mas há algo que não muda nunca, ou pelo menos não deveriam mudar, que são os brancos, os cinzentos e os pretos. Brancos sujos, significam, sempre, todas as outras cores sujas afastando-nos da precisão cromática. Foi por isso que, volto a repetir, comecei minha coluna com esse assunto (ainda disponível aqui no site para os fotodgnianos).

Reparem que:

1) Há uma moldura preta que deve servir como referência de impressão dos pure blacks (100%).
2) Que há duas fileiras verticais que imitam o filme de rolo com a área dos fotogramas em branco que servem para o mesmo efeito, só que dos whites (255 = pure white do Photoshop).
3) Há uma escala de cinzentos (%) na parte de baixo que começa da direita para a esquerda desde o branco puro e que vai variando (%) e que continua escurecendo na escala que fica logo abaixo até chegar ao preto 100%. Todas as divisões deverão estar visíveis no seu monitor e impressão, respectivamente. Iss controla o Gamma e dá uma noção exata da situação de calibração do monitor e da precisão da transferência de toda a escala de brancos passando por todos os cinzentos que formam as sombras e midtones.
4) Há outra escala colorida, esta sim relacionada com a fidelidade das cores, que começa em Vermelho (R), Verde (G) e Azul (B) e logo a seguir entra o Cyan (C do CMYK), Magenta (M do CMYK), Yellow (Y do CMYK) e Black (que é o K do CMYK) que deve ser utilizada, principalmente, quando houver a conversão de fotos RGB para CMYK (só para impressão gráfica onde é necessário).
5) E, para finalizar, há imagens em Color e PB que farão um diagnóstico comparativo geral a respeito da composição das cores (Impression Calibrator).
Acredito que munidos dessa impressão-teste, os laboratórios possam também melhorar a qualidade final dos seus serviços e os culpados sejam, finalmente, trazidos à Luz … hehe!

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