terça-feira, 29 de junho de 2010

Disparo remoto


DEPOIMENTO Jonne Roriz Repórter fotográfico do Grupo Estado

"No universo de cerca de 300 fotógrafos, ao menos 100 disputam diariamente cerca de 20 vagas no espaço de oito metros atrás do gol, antes de a bola rolar na Copa. É proibida a permanência no local. Por isso, são instaladas câmeras que serão acionadas por rádiocontroles ou cabos de longa distância.

A tecnologia para disparar as câmeras A distância vem dos anos 80, quando eram acionadas por cabos com mais de 50 metros. Nos anos 90, a agência americana All Sports foi uma das pioneiras no uso de controles remotos. De lá pra cá, várias empresas lançaram rádiocontroles com frequências e distâncias que superam 200 metros.
Os rádios, a depender do modelo, podem ter até 128 canais. Cada fotógrafo luta para obter ao menos um canal numa grande cobertura, como a Copa. No Mundial da Alemanha, o controle era mais rígido.
Os profissionais eram obrigados a catalogar seus rádios e registrá-los num determinado canal, para evitar que um disparasse o radio do outro. A frequência era monitorada por um técnico da Fifa. Na África do Sul, os rádiocontroles não são catalogados. Só é possível saber qual o canal está sendo usado perguntando para o colega.
Fora isso, o grande número de antenas e sinais de TV têm interferido na frequência dos rádios e forçando alguns fotógrafos a voltar a utilizar o sistema de cabo da década de 80.
A agência Reuters aproveitou o retorno do cabo para criar um dispositivo que, após o clique do fotógrafo, manda as imagens diretamente para o servidor da empresa, onde será editada e enviada para os clientes. O fotógrafo só vê a imagem quando disponibilizada no sistema.
Tecnologia à parte, o momento do disparo ainda é o fator mais importante na busca por imagens. O fotógrafo ainda é o responsável pelo exato momento do clique ? é quando a bola está entrando no gol. A câmera consegue captar a bola na rede, o goleiro no chão e, às vezes, o jogador na comemoração.
Muitas vezes, a luta por uma boa imagem pode sair bem caro. Quase diariamente, uma câmera é atingida por uma bolada. O impacto destrói o equipamento e deixa a lente em pedaços. A lente dessas câmeras chega a custar U$ 2,5 mil e o corpo, cerca de U$ 5 mil. Mas é o preço que se paga para ter a imagem de um ângulo em que não se pode estar fisicamente."

Fonte: Estadão

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